Por que os materiais de construção estão tão caros?

Não apenas na Construção Civil, mas para quase todos os segmentos, a inflação vem aumentado consideravelmente os preços

Não é apenas na cesta de compras que os preços aumentaram. Quem está envolvido com a Construção Civil já percebeu – a inflação sobre os insumos e materiais ergueu rapidamente os preços e deixou todo o processo mais caro que o normal.

Calcula-se que apenas no biênio 2020-21, as alíquotas subiram cerca de 33%. O valor é muito acima que o calculado da inflação de 10%. Além dos insumos, o valor dos serviços e mão de obra também estão mais altos que o normal: 17%.

A aumenta dos preços na economia foi geral, mas por que na Construção Civil eles foram maiores que o esperado? E como compensar a alta dos materiais para não gastar tanto em sua obra?

O que é a Inflação na Construção Civil

Assim como em outros ramos do mercado, a inflação na Construção Civil se qualifica pelo aumento generalizado dos preços dos insumos de produção da área. Ao invés de uma alta específica de algum produto, notamos que todos vão ficando mais caros ao mesmo tempo.

O que afere essa medição no Brasil é o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os dados de junho desse ano atestavam os seguintes aumentos por material*:

  • Tubos e conexões de ferro e aço: alta de 91,66%;
  • Vergalhões e arames de aço ao carbono: 78,35%;
  • Condutores elétricos: 76,19%;
  • Tubos e conexões de PVC: 64,91%;
  • Eletroduto de PVC: 52,06%;
  • Esquadrias de alumínio: 35,21%;
  • Tijolo/telha cerâmica: 33,82%;
  • Compensados: 30,47%;
  • Cimento portland comum: 27,62%;
  • Produtos de fibrocimento: 26,96%.

*tabela elaborada por Poder 360.

Por que os preços dos materiais de construção aumentaram?

A dinâmica internacional e as medidas de contenção na pandemia foram os principais causadores desse aumento dos preços dos insumos. Como o jornal The Economist noticiou no segundo trimestre desse ano, o mundo está caminhando para a chamada “economia da escassez”.

A retomada no mundo obrigou o natural aumento do consumo por commodities e matérias primas. O ferro chegou a valer U$ 119 a tonelada, sendo a alta histórica da commoditie. Atualmente, o maior comprador de ferro brasileiro é a China, seguida por outros países asiáticos, que vem investindo forte na retomada econômica pós-pandêmica.

Além disso, as restrições de serviços e auxílios monetários do governo concentraram os gastos da primeira fase da pandemia na Construção Civil. Não à toa, este foi o setor que mais cresceu em 2020.

A alta procura pelos materiais no exterior e no Brasil aumentou naturalmente o preço dos produtos pelas leis de oferta e demanda. O mercado interno ainda fica em desvantagem nessa briga por insumos. Com os investidores estrangeiros pagando em dólar, o comprador nacional fica em desvantagem graças a desvalorização do real.

Como tentar diminuir os custos

Fugir completamente da inflação é praticamente impossível. Ao realizar uma obra nesse período, deve se ter consciência do aumento de preços em relação à normalidade econômica. Contudo, há maneiras de não deixar os custos da obra extrapolarem limites orçamentários.

Uma estratégia é repensar no repasse dos custos. Ao mesmo tempo que transferir o aumento para o cliente pode tornar a obra inviável, o engenheiro assumi-los pode acarretar muitos prejuízos. Esta é uma parte que deve ser dedicada muita atenção.

Outro ponto importante é buscar a reutilização de materiais em condições de uso. Com uma ampla rede de contatos, é possível rastrear materiais sobrantes de outras obras e adquiri-los abaixo do preço de mercado.

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